Avaliação das Especialidades - Parte 4

Manual Administrativo do Clube de Desbravadores
Divisão Sul-Americana – Ano 2013


No SUMÁRIO deste Manual encontram-se em PROGRAMA DO CLUBE, os índices:
  • 4.2. Especialidades ………………………………................…………........................……................................…. p. 115
  • 4.2.1. Planejamento do currículo ……………………………...…………….......................……...................….  p. 116
  • 4.2.2. Metodologia de ensino ………………………………......………………........................……................….  p. 117
  • 4.2.3. Avaliação ………………………………..............................................................................................….  p. 118
Avaliação

O primeiro ponto que deve se ter em mente é que as avaliações, alem de servirem para medir o aprendizado, também são importantes ferramentas desse processo. Ou seja, a forma escolhida para avaliar a Especialidade deve ajudar no aprendizado dela. Alem disso, as avaliações não devem ser vistas como ameaça, pois isso prejudica o desempenho.

Como a avaliação também objetiva o aprendizado, é necessário pensar nos Desbravadores tanto ao Escolher a sua forma como ao elaborá-lo. Não se deve aplicar sempre o mesmo tipo de avaliação, só mudando as questões. Cada grupo é único, então deve haver uma avaliação pensada exclusivamente para ele.

O segundo ponto que é necessário analisar é o equilíbrio entre teoria e prática na Especialidade e na avaliação. Especialidades com mais requisitos teóricos devem ter maior peso teórico na avaliação. Especialidades com mais requisitos práticos devem ter avaliações com maior peso na aparte prática. O que não pode ser feito é desprezar uma das partes (teórica ou prática), por julgar que ela seja pequena na Especialidade.

Todas as formas de avaliação têm suas peculiaridades. A seguir estão as formas mais comuns de avaliação que podem ser utilizadas no Clubes:

Prova Objetiva
  • Definição – Serie de perguntas diretas, para respostas curtas, com apenas uma solução possível.
  • Função – Avaliar quanto o Desbravador apreendeu sobre dados singulares e específicos do conteúdo.
  • Vantagens – É familiar as crianças, simples preparar e de responder e pode abranger grande parte do exposto durante a instrução.
  • Atenção – Pode ser respondida ao acaso ou de memória e sua análise não permite constatar quanto o Desbravador adquiriu de conhecimento.
  • Planejamento – Selecione os conteúdos para elaborar as questões e faça as chaves de correio; elabore as instruções sobre a maneira adequada de responder perguntas.
  • Análise – Defina o valor de cada questão e multiplique-o pelo número de respostas corretas.
  • Como utilizar as informações – Liste os conteúdos que os Desbravadores precisam memorizar; ensine estratégias que facilitem associações, como listas agrupadas por ideias, relações com elementos gráficos e ligações com conteúdos já assimilados.
Prova Dissertativa
  • Definição – serie de perguntas que exijam capacidade de estabelecer relações, resumir, analisar e julgar.
  • Função – verificar a capacidade de analisar o problema central, abstrai fatos, formular ideias e redigi-las.
  • Vantagens – o Desbravador tem liberdade para expor os pensamentos, mostrando habilidades de organização, interpretação e expressão.
  • Atenção – não mede o domínio do conhecimento, cobre amostra pequena do conteúdo e não permite amostragem.
  • Planejamento – elabore o=poucas questões e de tempo suficiente para que os Desbravadores possam pensar e sistematizar seus pensamentos.
  • Análise – defina o valor de cada pergunta e atribua pesos à clareza das ideias, para a capacidade de argumentação e conclusa e a apresentação de prova.
  • Como utilizar as informações – se o desempenho não for satisfatório, crie experiencias e motivações que permitam ao Desbravador chegarem à formação dos conceitos mais importantes.
Seminário
  • Definição – Exposição oral para um público leigo, utilizando a fala e materiais de apoio adequados ao assunto.
  • Função – Possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz.
  • Vantagens – Contribui para a aprendizagem do ouvinte e do expositor, exige pesquisa, planejamento e organização das informações; desenvolve a oralidade em público.
  • Atenção – Conheça as características pessoais de cada Desbravador para evitar comparações na apresentação de um tímido ou outro desinibido.
  • Planejamento – Ajude na delimitação do tema, forneça bibliografia e fontes de pesquisa, esclareça os procedimentos apropriados de apresentação; defina a duração e a data da apresentação; solicite relatório individual de todos os desbravadores.
  • Análise – Atribua pesos a abertura, ao desenvolvimento do tema, aos materiais utilizados e à conclusão. Estimule a Classe a fazer perguntas e emitir opiniões.
  • Como utilizar as informações – Caso a apresentação não tenha sido satisfatória, planeje atividades especificas que possam auxiliar no desenvolvimento dos objetivos não atingidos.
Trabalho em grupo
  • Definição – Atividades de natureza (escrita, oral, gráfica, corporal, etc.) realizadas coletivamente.
  • Função – Desenvolver o espirito colaborativo e a socialização.
  • Vantagens – Possibilita o trabalho organizado em Classes numerosas e a abrangência de diversos conteúdos em caso de escassez de tempo.
  • Atenção – Conheça as características pessoais de cada Desbravador para evitar comparações na apresentação de um tímido ou outro desinibido.
  • Planejamento – Proponha uma serie de atividades relacionadas ao conteúdo a ser trabalhado, forneça fontes de pesquisa, ensine os procedimentos necessários e indique os materiais básicos para a consecução dos objetivos.
  • Análise – Observe se houve participação de todos e colaboração entre os colegas, atribua valores às diversas etapas do processo ao produto final.
  • Como utilizar as informações – Em caso de haver problemas de socialização, organize jogos e atividades em que a colaboração seja o elemento principal.
Debate
  • Definição – Discussão em que os Desbravadores expõem seus pontos de vista a respeito de assunto polémico.
  • Função – Aprender defender uma opinião fundamentando-a em argumentos convincentes.
  • Vantagens – Desenvolve a habilidade de argumentação e a oralidade; faz com que o Desbravador aprenda a escutar com um propósito.
  • Atenção – Como mediador, dê chance de participação a todos e não tente apontar vencedores, pois em um debate deve-se priorizar o fluxo de informações entre as pessoas.
  • Planejamento – Defina o tema, oriente a pesquisa prévia, combine com os Desbravadores o tempo, as regras e os procedimentos; mostre exemplos de bons debates. No final, peça relatórios que contenham os pontos discutidos. Se possível, filme a discussão para análise posterior.
  • Análise – Estabeleça pesos para a pertinência da intervenção, a adequação do uso da palavra e a obediência às regras combinadas.
  • Como utilizar as informações – Crie outros debates em grupos menores, analise o filme e aponte as deficiências e os momentos positivos.
Relatório Individual
  • Definição – Texto produzido pelo Desbravador depois de atividades práticas ou projetos temáticos.
  • Função – Averiguar se o Desbravador adquiriu conhecimento e se conhece estruturas de texto.
  • Vantagens – É possível avaliar o real nível de apreensão de conteúdos depois de atividades coletivas ou individuais.
  • Atenção – Evite julgar a opinião do Desbravador.
  • Planejamento – Defina o tema e oriente a turma sobre a estrutura apropriada (introdução, desenvolvimento, conclusão e outros itens que julgar necessários, dependendo da extensão do trabalho); o melhor modo de apresentação e o tamanho aproximado.
  • Análise – Estabeleça pesos para cada item que for avaliado (estrutura do texto, gramática, apresentação).
  • Como utilizar as informações – Só se aprende a escrever escrevendo. Caso algum Desbravador apresente dificuldade em itens essenciais, crie atividades especificas, indique bons livros e solicite mais trabalhos escritos.
Autoavaliação
  • Definição – Análise oral ou por escrito, em formato livre, que o Desbravador faz do próprio processo de aprendizagem.
  • Função – fazer o Desbravador adquirir capacidade de analisar suas aptidões e atitudes, pontos fortes e fracos.
  • Vantagens – O Desbravador torna-se sujeito do processo de aprendizagem, adquire responsabilidade sobre ele, aprende a enfrentar limitações e a aperfeiçoar potencialidades.
  • Atenção – O Desbravador só se abrirá se sentir que há um clima de confiança entre o instrutor e ele e que esse instrumento será usado para ajudá-lo a aprender.
  • Planejamento ‘ forneça ao Desbravador um roteiro de autoavaliação, definindo as áreas sobre as quais você gostaria que ele discorresse, liste habilidades e comportamento e peça para ele indicar aqueles em que se considera apto e aqueles em que precisa de reforço.
  • Análise – use esse documento ou depoimento como uma das principais fontes para o planejamento dos próximos conteúdos.
  • Como utilizar as informações – Ao tomar conhecimento das necessidades do Desbravador, sugira atividades individuais ou em grupo [ara ajudá-lo a superar dificuldades.
Depois de escolher o tipo (ou os tipos) de avaliação que vai ser utilizada na Especialidade, e hora de elaborar a avaliação. Para isso, siga as orientações abaixo:
  • Sempre elabore as questões de acordo com o que foi passado em aula e não apenas de acordo com o plano de aula. Alguns pontos podem ser esquecidos na aula e outros podem ser melhor explorados no momento da aula. Para isso, pode-se pegar emprestado as anotações e algum Desbravador.
  • As regras e orientação a avaliação devem sempre estar claras. O juvenil pode errar na avaliação por não haver orientações claras sobre o que se pedia e não por falta de conhecimento do conteúdo.
  • As questões devem ser objetivas, seja claro no que e pedido. Exclua termos como "comente disserte:" o que você acha?". Usando termos assim, nem o juvenil e nem o instrutor saber exatamente o que e a resposta certa, dificultando avaliação e correção.
  • Os enunciados devem ser claros. Não utilize termos que possam dificultar a compreensão el ou comprometer o entendimento. Só use "palavras difíceis” se elas forem o objeto da avaliação.
  • O tempo deve ser pensado também. Juvenis e adolescentes não mantêm a concentração em uma coisa por muito tempo, evite longas provas.
  • Pense no espaço para as respostas, assim se evita papéis e anexos em excesso. O juvenil pode esquecer de responder uma questão por não haver espaço. O instrutor também pode corrigir alguma questão incompletamente, pois a resposta estava dividida em dois lugares pela falta de espaço.
Uma dica que pode ajudar bastante a verificar se a avaliação foi bem elaborada e a chamada oficina de prova. Apos elaborar a avaliação, passe-a para outras pessoas que conheçam a Especialidade e a turma a ser avaliada (pode-se passar as anotações dos juvenis para as pessoas).

Eles deverão ler a avaliação e verificar o seguinte:
  • As perguntas se justificam diante do que o instrutor quer saber?
  • As questões estão claras?
  • Há espaço para as respostas?
  • As orientações estão adequadas?
Então eles devolvem a avaliação a quem elaborou com observações e sugestões de pontos a melhorar. Pode-se repetir o processo até que a avaliação esteja no nível desejado.

Para a elaboração das provas pode-se seguir os seguintes parâmetros para que elas fiquem equilibradas:
  • 25% de questões fáceis
  • 50% de questões medias
  • 25% de questões difíceis
Por questões difíceis entenda questões que exijam raciocínio e não apenas "decoreba". Não entram também cobranças além do que foi ensinado.

Com esse critério só os "muito bons” vão conseguir a nota máxima; a maioria vai conseguir a nota "média"; ninguém se sentira desestimulado por encarar uma prova impossível.

Entre as vantagens de uma prova equilibrada e que mesmo os que aprenderam menos conseguem uma nota diferente do desagradável zero; a maioria conseguira a nota intermediária (a média); só os destaques da Classe atingem a nota máxima, valorizando o esforço deles.

Assim, o procedimento correto para se receber a Especialidade é:
  1. Ser aprovado no exame da Especialidade;
  2. O instrutor da Especialidade assina o registro das Especialidades ou um certificado de Especialidades;
  3. O Regional I distrital faz a avaliação da Especialidade e também assina o registro ou o certificado;
  4. A compra dos emblemas deve seguir o procedimento descrito abaixo;
  5. A insígnia e entregue ao Desbravador numa Cerim6nia de Recebimento de Especialidades.
REGULAMENTO PARA A COMPRA DE EMBLEMAS
A compra de emblemas para investiduras (Classes regulares, avançadas e de liderança) e insígnias de Especialidades deve seguir ao seguinte regulamento.
  • Cadastro do Regional: Todos os Campos da Divisão Sul-Americana devem fazer o cadastro dos seus regionais e coordenador geral, atribuindo a cada um deles uma matrícula. A matrícula deve seguir o seguinte padrão: Sigla da União/sigla do Campo sucedidas pelo número de cadastro, inicialmente, com três dígitos. A numeração deve ser contínua, iniciando-se em 001. Exemplos: UCOB/APlaC 001, USBIANP 01 3, USEBIARJ 032, UBI MBC 005.
Em seguida, o Campo deve fazer uma planilha (e mantê-la atualizada) com os seguintes dados: matricula, nome do Regional, data de ingresso, data de saída, status.